Mulheres em crise – mais uma acometida, part II

Coma verduras. É bom, você vai adorar.

Faça ginástica. É bom, você vai adorar.

Leia um livro. É bom, você vai adorar.

Como convencer uma pessoa que uma coisa que ela não gosta é bom prá ela e, que se ela o fizer, ela vai adorar? Como algo que não dá prazer à alguém pode ou deve ser enfiado güela abaixo deste alguém, só porque você acha que será bom prá ela (porque, se é bom prá você, certamente será bom prá ela).

Está certo isso?

Até onde o seu prazer deve ser imposto ao outro? Até onde a recusa do outro pode criar uma mágoa legítima em você? Pois, se esta pessoa, a quem você só quer o melhor, se nega a fazer o que você acha que é bom prá ela – e, no vácuo, bom prá você também – e isto te chateia, quem é o culpado? A pessoa em questão ou você?

Será que a liberdade de ela recusar-se a fazer algo que ela não acha bom começa onde termina a sua de achar que ela deve fazer?

O amor justifica? Justifica você desejar que ela cumpra suas vontades em nome do amor? “Se você me ama, faça isso”.

Mas e o contrário? “Se eu te amo, vou respeitar seus próprios desejos”.

Tá muito confuso?

Deixa prá lá.

5 comentários sobre “Mulheres em crise – mais uma acometida, part II

  1. Eu estou mais para “Se eu te amo, vou respeitar seus próprios desejos”, e quero que respeitem os meus. Complicado, né? Mas não acho certo fazer qualquer coisa (mesmo que pro meu bem) só porque outros querem. Cada um aprende com os próprios erros, é mais eficaz esse método.

    Ale:Lu, o negócio é tão complicado que parece a história do biscoito: vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?

  2. Fabiana

    antes de começar um relacionamento todos deveriam ler um livro basicão mas importantissimo

    Amores que nos fazem mal – editora Laroussse

    super indico

    Ale: Fabi, tô indo atrás desse livro AGORA.

  3. E se o desejo da pessoa por exemplo for uma vingança?
    E ela será a mais prejudica no final?
    Devo deixar que ela pegue uma arma e cumpra seus desejos?
    Tenho pra mim, que devo fazê-la pensar nas consequências ao invés de tentar convencê-la das mesmas.
    Se eu disser que ela pode perder sua liberdade, ficar sem ver as pessoas que ama, será que ainda assim ela continuaria seu plano de vingança?
    Não posso enfiar nada guela abaixo de ninguém, mas possa dizer que ferramentas estão disponíveis para que ela vivar melhor e com intensidade cada momento…

    Ale: Suzi, o maior problema é quando a situação não é tão explícita assim. Neste seu exemplo, onde há um assassinato, é claro que não devemos deixar alguém cometer um crime. Tanto para quem comete quanto para a vítima, o negócio é óbvio que será ruim.
    Mas e quando as coisas são mais sutis? Quando, por exemplo, você quer que uma pessoa emagreça porque VOCÊ acha que será melhor prá ela? (mesmo que a saúde dela esteja OK). Haverá a dieta, os sacrifícios, os exercícios físicos – que a pessoa ODEIA, mas você acha legal – mas quem os fará será o outro, e não você, pegou, pegou?

  4. Jane Murback

    Ale, eu acho assim.
    Se o meu desejo pra que você melhore tem a ver com saúde, futuro e coisas que possam ME incluir, eu tenho o direito de opinar e você tem o dever de, no mínimo, considerar.
    Ignorar não pode.

    BJo

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